sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Campanha da Fraternidade "Defesa da vida"

Campanha da Fraternidade “Defesa da vida”

A Campanha da Fraternidade, promovida há muitos anos, pela CNBB (Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil) se ocupa da defesa da vida. Não vou escrever sobre o texto-base da referida Campanha, pois, ainda não tomei pleno conhecimento dele. Vou falar, porém, de algumas reflexões que venho fazendo. Limito-me ao tema do aborto, muito badalado na imprensa do mundo inteiro.
Vou comentar alguns argumentos que se fazem em favor do aborto:
1. Diz-se que o aborto é um problema de saúde. Neste caso poder-se-ia aprovar uma lei que ordene a eliminação dos contaminados por doenças contagiosas, como se faz com o gado contaminado pela aftosa. Por outro lado, se o aborto clandestino é problema de saúde, por que não fazer um esforço maior por assegurar às mulheres grávidas uma maior assistência, em lugar de apelar para o assassinato dos bebês?
Já os antigos diziam que, o feto, tenha alma ou não tenha, é sempre uma pessoa em formação que exige o máximo de respeito.
2. Um segundo argumento em favor do aborto consiste no apelo pelos “direitos sexuais e reprodutivos”, como também pela “autonomia das mulheres sobre o corpo”. Tais argumentos são altamente falaciosos porque desconhecem a mais elementar noção de ética social. Ninguém goza de tais direitos e de tal autonomia. Todos somos dependentes de realidades superiores a nossos interesses particulares, sobretudo quando se trata da vida dos outros. O desprezo desse princípio leva à barbárie. O Estado que admita tais direitos e autonomias se condena a si mesmo, perde sua autoridade. Que autoridade terá ele de me impedir, por exemplo, de eliminar meu vizinho porque, com os ruídos, ou os odores que emite, vem prejudicar minha saúde, ou meus interesses pessoais?
3. Um terceiro argumento consiste em dizer que um “Estado progressista”, hoje em dia, deverá admitir o aborto. Ao contrário, tal argumento não é progressista, é retrógrado, porque sobrecarrega o Estado de encargos com a velhice, em detrimento dos jovens. Outra proposta, neste caso, seria mais progressista sob todos os pontos de vista, econômico, cultural, científico e tudo mais. Isto é, proponha-se que deputados e senadores aprovem uma lei que elimine todos os cidadãos com 75, ou 80 anos, pois então a economia para o progresso do Estado seria grande em favor das crianças e jovens.
4. Em quarto lugar, chamo a atenção para a imensa hipocrisia de muitos. Quando, por exemplo, acontecem fatos, ou como aquele da criança morta arrastada por um carro, ou como o de uma criança atacada de um mal que exige tratamentos custosíssimo, as multidões se comovem. Entretanto, quando, impiedosamente, se matam pelo aborto milhões de crianças, muitos, além de nada sentirem, pleiteiam tal matança.
5. Concluo repetindo que se reflita sobre a proposta de se amparar as mulheres grávidas, a fim de que possam dar à luz com saúde e dignidade. O argumento do Estado em favor do aborto por motivo de saúde é falacioso porque, estando revestido de uma boa intenção, pretende justificar uma ação criminosa. Os fins nunca justificam os meios. Finalmente, será verdade que matando o bebê se conserva efetivamente a saúde das mulheres? Aos psicólogos a palavra...