sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O Papa e o sentido do sexo

O Papa e o sentido do sexo
Achylle Alexio Rubin /achyllerubin@yahoo.com.br

Acaba de ser publicado um livro sob o título “Teologia do corpo...uma introdução básica à revolução sexual de João Paulo II”. Publicado pela Editora Miryan de Porto Alegre, fone (51) 33410769, e-mail: editoramiryan@terra.com.br/
João Paulo II, ainda como padre, dedicou-se com empenho à pastoral da juventude. Diante do amadurecimento da vida sexual dos jovens, ele se aplicou em apresentar o sentido do sexo no contexto global da existência humana. Para tanto desenvolveu uma verdadeira teologia em torno do assunto. Convencido da importância do tema, voltou a ele com freqüência nos seus primeiros anos de Papa. Entre a eleição, setembro de 1979 e novembro de 1984, pronunciou 129 homilias, todas sobre o tema da teologia do corpo.
O ponto de partida desse ensinamento teológico vem a ser o fato de nós precisarmos das coisas materiais para dar-nos conta das espirituais. As realidades corporais nos dão de percebermos as espirituais. Chamam-se por isso de sinal, ou símbolo. Por exemplo, a água no caso do batismo representa sinal de realidade muito maior.
O maior porém de todos os símbolos foi certamente a natureza humana de Cristo. Ela nos proporcionou vermos Deus em sua humanidade. No prólogo ao Evangelho de João se diz que “ninguém jamais viu a Deus” e, não obstante, no capítulo 14 do mesmo Evangelho, Jesus afirma que “aquele que me viu, viu também o Pai”. Ver Cristo homem, nos proporciona vermos Deus, no sinal daquele homem. O Centurião romano que acompanhou a paixão de Cristo, ao presenciar o modo como esse homem se comportou, ao correr dessas horríveis cenas, exclamou: “Este homem era realmente o Filho de Deus!”.
O ponto de partida das homilias do Papa sobre o corpo humano parece ser, entretanto, o símbolo da união entre homem e mulher para representar realidades maiores e mais sublimes do que as meramente corporais.
A união entre homem e mulher tem uma dupla revelação: o amor em seu mais alto grau e a dimensão divina da procriação. De tal sorte que se torna uma experiência de espiritual grandeza. Assim que o problema, antes de ser o do sexo, é o do amor, de sua nobreza e de sua relação com Deus.
Recebi por escrito de ua mãe um testemunho já por mim escutado de viva voz de outras mães, e que eu desejaria ser confirmado por outras ainda. Transcrevo-o: “... engravidar foi o momento mais humano-divino que pude sentir em minha vida. Continuaria dizendo e me perguntando: que plenitude de Espírito Santo acontece numa mulher grávida?! O que é que enche de luz o coração dos pais nos nove meses de gravidez e, especialmente, no nascimento de um filho?! Meu marido, por exemplo, pegava a (última filha) recém-nascida e rodava com ela nos braços, dançava e me dizia: Quero outra igual a esta, quero mais, muito mais filhos, porque é bom demais! Durante essa terceira gravidez, todo mundo me perguntava se era a primeira, tanta era minha alegria e satisfação que eu transmitia. E dizer que eu já andava pelos 34 anos. Eu corria, eu sorria, eu cantava o tempo todo. E quando estive grávida do primeiro, aos domingos eu jogava canastra até altas horas e, segunda cedo, pegava no trabalho e não sentia canseira. E a gravidez do segundo? Estava então no segundo ano de faculdade e fazia estágio direto das 07 às 13 horas. À tarde freqüentava aulas. À noite saía para reuniões... Conclusão: sempre dizia que durante minhas gravidezes eu tinha um Deus poderoso dentro de mim, tanta era a disposição que sentia...”.
Acredito que esse testemunho ilustra bastante o novo livro que estou apresentando, “A Teologia do Corpo”... Oxalá muitos se decidam a lê-lo.