sábado, 6 de outubro de 2012

O componente social da pessoa individua

Nesta manhã, ao ler na Liturgia das Horas a carta de S. Bruno, aflorou-me intensamente um dos aspectos que mais está entravando nossa pastoral. Entendo por esse aspecto o "social". Enquanto não nos libertarmos dessa categoria, como parece estar sendo entendida pela dependência de suas origens, a pastoral permanece apontando para um objetivo mal identificado.
A mudança de rota está dentro do Documento de Aparecida que repete Novo Millenio Ineunte, nº28-29: "A todos nos toca recomeçar a partir de Cristo...". Em continuação o DA cita o então Cardeal Ratzinger: "não se começa a ser cristão por uma decisão ética, ou uma grande idéia, mas pelo encontro com  um acontecimento, com  uma Pessoa..." (DA, 12).
Uma grande ideia é a idéia de "social". Atribue-se ao termo social um significado dependente da filosofia socialista, ou até marxista. Imagina-se o social como uma substância que se contrapõe e até se opõe à suabstância pessoa. Por isso tem-se atribuido à mesma responsabilidades, capaz de virtudes e de vícios. Falou-se por isso de "pecado social". De tal sorte que as Diretrizes da Evangelização indicam "três âmbitos": a pessoa, a comunidade e a sociedade (Cfr   Nicolau João Bakker, Planejamento pastoral, REB julho 2012).
Ora, o "social" não é um ser físico, substancial. Trata-se de um componente moral da pessoa individua, que desde sempre foi definida como "animal social". Interno na própria natureza da pessoa, refere-se sempre à educação e comportamento da pessoa indivídua.
Se ajustarmos na evangelização o verdadeiro sentido do componente "social", as consequências acorrerão de imediato. Bento XVI, no inciso 03 do discurso de abertura da Conferência de Aparecida, apelou para "a prioridade da fé e da vida nele"(em Cristo), e que esta prioridade não pode ser considerada uma fuga para o "intimismo".

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