terça-feira, 2 de outubro de 2012

Carta ao Pe. Wlademir Porreca

Prezado Pe. Wladimir Porreca


Estive lendo suas reflexões a respeito da familia e da pastoral familiar. Sou um padre já com 86 anos, mas sinto-me ainda com bastante responsabilidade sobre a ação pastoral da Igreja. Há tempo venho me perguntando a respeito de fenômenos, como a fuga dos católicos para as seitas evangélicas, o fato de após a 1ª comunhão e sobretudo após o Crisma, as crianças, os jovens, não frequentarem mais a igreja, etc. Pergunto-me: qual a causa? Estou inclinado a crer que o problema está na família, a começar pelo sacramento do matrimônio. Pergunto-me? Por que os pais terceirizam a educação dos filhos em favor da escola e, sobretudo da catequese? Não lhe parece também que a pastoral familiar é uma pastoral de "resgate" das famílias que, tendo iniciado frouxamente sua vida cristã pelo sacramento do matrimônio, não conseguem ser suficiente suporte de vida cristã para os filhos. Somente exortar os pais a que assumam não produz frutos. Perguntei a uma lider de catequistas: que proveito conseguem com as reuniões dos pais dos catequesandos? Nenhum, respondeu-me. Proponho que se reflita sobre entregar aos pais a incumbência que lhes compete de preparar os filhos para os sacramentos de iniciação cristã. Não proponho que dêm catecismo, mas que preparem os filhos, que é outra coisa. A capacitação dos pais começa com a preparação para o matrimônio. No ato da concepção a nova criatura recebe a fisionomia dos pais, a indole psicológica e, por que não? também a fé! Desde a Quadragesimo Anno as autoridades da Igreja defendem o princípio de sibsidiariedade, mas a organização da catequese não respeita esse princípio. Se quisermos institucionalizar minha proposta, então o exame não se fará mais com as crianças, mas sim com os pais: como preparastes as crianças?... Conseguiremos menos número, mas, e se conseguissemos mais perseverança? Termino, pedindo que se estude esse problema. Saudações e bênçãos! Pe. Achylle Alexio Rubin

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