quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Espiritualidade

Sensacionalismo
Em aula de espiritualidade nesta manhã surgiu a questão se antes do Concílio Vaticano II a vivência cristã seria menos fervorosa do que hoje. Meu testemunho foi de que me parecia que, ao contrário, nós tivemos uma infância impreganada de fortes vivências de vida cristã. Revelava-se tal fenômeno em duas direções.
Em primeiro lugar, nós vibravamos com as narrações ou leituras da história dos mártires dos primeiros séculos do cristianismo, como São Tarcísio, São Lourenzo, Santa Inês, Santa Cecília, etc. Vibrávamos com a vida de santos jovens, como São Luis Gonzaga. Todos os anos, 21 de junho, dia de São Luis, era celebrado com grande entusiasmo, grande festejo. Entravam nesse rol São João Bergman, Santo Estanislau Koscka, São Domingos Sávio.
Em segundo lugar, nós vibrávamos com a vida dos missionários que partiam para terras de missões. Tinhamos grandes desejos de partir para essas terras. Cantávamos, por exemplo: "... as áfricas terras anelo ver e em seus sertões morrer!". Tais cantos expressavam sentimentos verdadeiros.
Qual seria a razão por que hoje não se tem mais tais sentimentos, malgrado todas as insistências por uma Igreja essencialmente missionária? Pareceu-me que um dos principais motivos consiste em que estamos viciados em sensacionalismos baratos. Vejam só. A televisão não sabe mais o que inventar para criar sensação. Por exemplo, não sabe mais o que mostrar ainda do corpo da mulher para criar sensação e chamar atenção sobre produtos de consumo. O que pensariam os homens do tempo da vinda, há dois séculos, da familia real ao Brasil, se vissem os sensacinalismos de hoje? Um grande historiador dessa vinda da família real descreveu que a maior sensação dos homens da época era poder ver o calcanhar da rainha ao descer da carruagem.
Portanto, hoje, as sensações verdadeiramente grandes não conseguem mais nos impressionar, pois estamos viciados, dependentes de sensações baratas, de segunda, ou terceira ordem.
Vale refletir sobre isso?

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